Vocalista da banda Restart, Pe Lanza, foi atingido por uma pedra lançada do público presente a um show durante o Ostras Folia 2012 (RJ)
Adriel ArvoleaO vocalista da banda Restart, Pe Lanza, foi atingido por uma pedra durante show ocorrido no Projeto Ostras Folia 2012, mas, apesar da agressão, continuou com o show. No Twitter, o cantor desabafou sobre a ocorrido: “Dou meu sangue por vocês, sempre! O que importa é que nos divertimos. Tomei um ponto na cabeça, mas já já tô zero! Obrigado pelo carinho!”.
Para a fã Caroline Polido, a atitude de quem atirou a pedra contra o vocalista é injustificável, independente de o agressor aprovar ou não o estilo musical da banda. “Na ocasião, o show era aberto e atendia, inclusive, pessoas que não tinham a oportunidade de pagar ingresso para assisti-lo. Mas, ao mesmo tempo, vão pessoas que não têm o objetivo de se divertir, e sim o de estragar e atrapalhar a diversão dos outros”, comenta Polido.
Na opinião da fã, a atitude praticada contra Pe Lanza reflete a falta de respeito dos que querem impor a própria opinião à força. “Acho que não gostar do som que eles fazem, das roupas que vestem e do jeito que eles mostram a sua música é normal. A banda sempre enfrentou esse tipo de preconceito e nunca foi novidade para ninguém. É completamente desnecessário usar da violência para impor uma opinião. É uma tremenda falta de respeito, se não gosta, não vai ao show, simples assim”, reforça.
Mas, como dar suporte às atividades que envolvam alguma complexidade em eventos com grande número de pessoas? Nos eventos públicos que ocorrem na cidade, a Polícia Militar informa que trabalha nas missões atinentes à preservação da ordem, estabelecidas por lei e constituição federal. Semanalmente, por exemplo, é feito um planejamento baseado na semana anterior e que organiza as ações da semana seguinte. “A Polícia Militar atua de forma ostensiva em pontos estratégicos para prevenir condições inseguras ou que levem a crimes”, explica o capitão da PM Márcio Roberto, chefe da Seção de Comunicação Social do 37º BPMI.
Especificamente em relação aos artistas, há inspeção do projeto de edificação temporária relativo ao palco (segurança estrutural e de proteção contra incêndios), que é feita pelo Corpo de Bombeiros. “Geralmente, a locomoção dos artistas ocorre em carros próprios ou ônibus, os quais transitam em percursos especiais, os quais podem dispender de atenção relativa ao trânsito e consequente apoio da Polícia Militar para que tudo ocorra com segurança”, reforça o capitão.
Segundo João Almeida, diretor do Grupo Engefort, quando uma empresa particular é contratada para reforçar a segurança pública, compete a ela zelar pelo patrimônio e as pessoas. Especificamente para a segurança do artista, é estabelecido um contrato. Conforme conta o profissional, antes do evento é analisado o espaço para o levantamento de possíveis riscos. “Primeiramente, analisamos e fazemos uma previsão dos perigos oferecidos no espaço. A partir do levantamento, a PM faz análise técnica dos riscos apresentados”, explica. Apesar das checagens pessoais realizadas nas entradas do recinto, das equipes fixas e móveis para conter brigas e outros incidentes, ocorrências como a da banda Restart foge ao controle. “É um caso específico, pois a pessoa pode fazer uso de algum objeto adquirido internamente e utilizá-lo contra o alvo”, conclui.
Profissionalismo
Mesmo sangrando, Pe Lanza manteve o show até o final em respeito ao público no evento. “Com o sangue escorrendo pelo rosto, ele disse que continuaria cantando pelos fãs e que, ainda, existia muito sangue em seu corpo e que poderiam tacar mais pedras se quisessem. Quem estava presente ficou preocupado com tudo o que estava acontecendo, mas ele foi de um profissionalismo exemplar e fiquei, especialmente, muito orgulhosa”, observa a fã Caroline Polido.
Crime
Vale ressaltar que, quando a agressão física contra uma pessoa é praticada, há ofensa à integridade física desse indivíduo, ocorrendo, então, um crime de lesão corporal (art.129 C.P.).
